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Entrevistas

TW Entrevista 12: Loiane Groner

Fizemos uma série de entrevistas chamada "TW Entrevista". A entrevistada de hoje é a Loiane Groner, que já escreveu diversos livros publicados internacionalmente e possui os títulos GDE (Google Developer Expert) e Microsoft MVP (Most Valuable Professional).

há 5 anos 10 meses


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Hoje trazemos para vocês uma entrevista com a Loiane Groner, que já escreveu diversos livros publicados internacionalmente e possui os títulos GDE (Google Developer Expert) e Microsoft MVP (Most Valuable Professional).

Se você ainda não viu, o Diego Eis foi o último entrevistado por nós.

Fale um pouco sobre você (de onde é, onde mora, o que faz, onde trabalha atualmente, etc)

Me chamo Loiane, trabalho há 10+ anos na área de TI como desenvolvedora, formada em Ciência da Computação, natural do Espírito Santo, porém nos últimos 9 anos morei em São Paulo (2 anos em Campinas e 7 na capital). Trabalho atualmente no Citibank como desenvolvedora e analista de negócios, e recentemente me mudei para os Estados Unidos.

Tenho um canal no Youtube onde publico tutoriais e cursos sobre desenvolvimento, já publiquei alguns livros em inglês pela Packt (editora Novatec traduziu o último livro lançado para o português) e já tive a oportunidade de palestrar em eventos no Brasil e EUA.

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Quando e como você começou a se interessar pela área?

Essa parte é engraçada porque tudo foi uma decisão de qual curso fazer vestibular. Quando era adolescente sempre quis ser advogada/juíza, e perto do vestibular decidi fazer Ciência da Computação por gostar mais de responder perguntas e estudar a parte de exatas pro vestibular.

A decisão pelo curso de computação foi simplesmente por sempre ter sido curiosa por computadores (meu primeiro computador vivia no conserto por tentar comandos na linha de terminal, vivia estragando o sistema operacional por conta disso).

Naquela época pouco se falava sobre cursos de exatas e as informações não eram tão fáceis assim como hoje, onde temos quase tudo disponível na internet. Entrei na faculdade sem saber o que era algoritmos, custei a entender lógica de programação no primeiro semestre, mas depois me apaixonei e hoje não me arrependo da decisão.

Como foi seu primeiro trabalho na área?

Arrumei o primeiro trabalho/estágio ainda na faculdade, quando estava no segundo ano (quarto semestre). A faculdade tinha (até hoje tem) parceria com empresas e uma delas precisava de dois estagiários. Me inscrevi junto com um amigo e a coordenação do curso nos ajudou a conseguir as vagas.

Sabia apenas o básico do básico de Java (controles de fluxo e o básico de Orientação à Objetos). No estágio deram um treinamento pra gente de XML, SQL, controle de versão, web services e outros conceitos básicos.

Depois foram passando tarefas de desenvolvimento básicas e à medida que ia aprendendo, iam passando tarefas mais complexas. Trabalhei 2 anos nessa empresa. Me sinto muito sortuda pois tive dois mentores excelentes, que foram pacientes e me ensinaram muito. Trabalhei com Java backend, um projeto Java desktop (Swing), projetos Java web (com JSON e Ajax, que na época era super novidade, onde foi meu primeiro contanto com web também), relatórios, SQL e até um projeto .NET.

Como é a experiência como escritora? Ainda mais de livros que são distribuídos internacionalmente. Tem algum conselho para quem quer começar a escrever?

Comecei em 2009, quando publiquei meu primeiro post no blog loiane.com. Criei o blog para mim mesma, uma espécie de documentação e notas para que eu pudesse usar depois como referência e documentar o que estava escrevendo.

Depois que comecei a trabalhar numa multinacional e comecei a usar inglês no dia a dia, senti a necessidade de praticar mais a parte escrita, e como forma de praticar, criei um blog em inglês também. Escrevia os posts (tutoriais) em inglês e depois reescrevia o mesmo em português.

Depois de alguns anos, o blog começou a ganhar mais visibilidade e a editora entrou em contato com o convite para escrever um livro. Nunca imaginei que fosse ter tal oportunidade. A editora gostou da didática e depois foi convidando para escrever outros títulos também. Já convidaram até por conta de um repositório de exemplos no github.

Não tenho palavras para descrever o sentimento de ver uma pessoa lendo um livro seu e ver que aprendeu algo lendo o que você escreveu. É muito gratificante ver pessoas de diferentes partes do mundo consumindo seu conteúdo. Tenho guardado algumas teses de mestrado de universidades européias e canadenses que usaram algum livro meu como referência - isso não tem preço pra mim.

Os livros também foram incentivo para criar o canal no youtube. Como foram escritos em inglês, começaram a me puxar a orelha por não ter criado conteúdo em português, e aí decidi começar a fazer vídeos dos assuntos em português. É legal que são duas experiências bem diferentes: criar conteúdo escrito e em vídeo.

Algumas dicas:

  • Comece escrevendo para você mesmo. Hoje em dia existem diversas ferramentas que você não precisa se preocupar com domínio, hospedagem, etc. Publique algum tutorial ou algo que seja útil para você e depois compartilhe nas redes sociais (se te ajudou, pode ser que ajude outras pessoas também). Com o tempo você toma gosto e não consegue parar! rs
  • Algumas editoras pedem para ver conteúdo escrito já publicado (blog, etc) para ter uma noção do estilo de escrita, então a primeira dica é bem valiosa! rs
  • Você não precisa ser “O” expert no assunto para escrever. A motivação é sempre por compartilhar conhecimento. Até porque a gente aprende muito sobre o assunto enquanto escreve.
  • O público gosta muito de exemplos práticos. Mas é sempre bom colocar um pouco de teoria também, pois teoria é sempre a base e vai te ajudar a dar mais fundamento também.

Você é GDE (Google Developer Expert) e Microsoft MVP (Most Valuable Professional). Como conseguir esses títulos, quais as responsabilidades para mantê-los e que dicas dá para quem quer consegui-los?

Esses títulos são títulos de reconhecimento dados pelas respectivas empresas/comunidades a membros das comunidades que compartilham conteúdo sobre produtos dessas empresas. Geralmente são pessoas ativas na comunidade que compartilham posts de blog, cursos, publicam livros, apresentam palestras em eventos, contribuem em projetos open-source, etc. A responsabilidade é continuar fazendo o que já vinha fazendo antes de receber o título, ou seja, compartilhar conhecimento porque gosta de fazê-lo!

Não tem uma receita de bolo para conseguir o título. Geralmente a pessoa já é um GDE ou MVP mesmo sem o título. Acaba vindo naturalmente. Esse post é bem legal sobre o assunto e pode ser aplicado a outros títulos também:

https://medium.com/@frosty/preparing-to-become-a-gde-752b551c88df.

Participar de comunidades é muito gratificante. É uma forma de aprender junto. Cada um compartilha o pouco que sabe e você aprende com outras pessoas que também estão compartilhando o que aprenderam. Além disso, participar de comunidades é uma ótima maneira de aumentar o networking. Já conheci várias pessoas em eventos, tive oportunidade de conhecer pessoalmente pessoas que apenas conversava pela internet e fiz amizades!

Quando estuda algo novo, qual a sua maior dificuldade e o que faz para contornar?

Sempre tento consumir diferentes tipos de conteúdo. Se for um framework novo por exemplo, primeiro acesso a documentação, e sigo os tutoriais. Gosto muito de ler livros também, pois fornecem uma base teórica muito boa.

Pra mim é importante saber usar uma ferramenta/framework, mas é importante saber como funciona também - e a base teórica vai me fornecer isso - saber como funciona ajuda muito nos casos complexos, e vai te ajudar a se diferenciar de outros profissionais também.

E cursos online: sempre tem algo ou um ponto de vista diferente que um instrutor pode te ensinar. Dificilmente consumo um curso ou leio um livro e saio sem aprender nada - mesmo achando que já saiba a tecnologia. Sou assinante de 2 portais de cursos e na empresa que trabalho também tem um grande portal de cursos liberado para os funcionários. E se for uma dúvida pontual, posts de blogs ajudam muito, principalmente com exemplos práticos também!

Resumo: estudar com diferentes formas de conteúdo sempre ajuda. Mas é importante saber o que funciona para você, pois cada um tem uma forma que aprender mais fácil.

Desenvolvedor Front-end
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Se pudesse falar com você mesma no começo de sua carreira, o que gostaria de falar? Teria algum conselho? Algum medo que gostaria de ter encarado ou alguma situação que poderia ter evitado?

Todos nós temos medo de algo, medo de tentar por achar não ser bom o suficiente ou achar que não tem mais idade pra isso (ou é muito novo). Não deixe de tentar por medo ou insegurança. O “não” você já tem.

E tenha paciência. Muita paciência. Algumas coisas na vida demoram, mas não perca o foco ou determinação. E as coisas acontecem para diferentes pessoas em diferentes momentos. Você vai ouvir muitos “nãos”, mas não deixe que isso te impeça de fazer algo ou de tentar novamente.

O que você considera que caracteriza um desenvolvedor raiz e um desenvolvedor Nutella?

Já vi alguns memes sobre o assunto. Mas acredito que todos nós nos dias de hoje somos uma versão híbrida. Hoje temos muitas ferramentas ao nosso dispor para solucionar problemas de forma mais fácil e rápida. Independente de título (programador, desenvolvedor, software engineer, etc), nosso trabalho é resolver problemas usando tecnologia, de forma a entregar a melhor solução para o cliente.

Como já disse anteriormente, aprenda a base, a teoria. Sim, é chato, é demorado, ir direto pra prática é muito mais legal. Mas depois tudo se torna mais fácil. Seja primeiro um dev raiz, para que você possa se tornar um dev nutella mais tranquilo e mais produtivo!

Como você explica a sua profissão para as pessoas que não são de TI?

Essa parte é sempre complicada. Geralmente falo que desenvolvo sistemas, que é basicamente falar para o computador o que precisa ser feito, uma sequência de passos, como uma receita de bolo. E existe uma forma especial de passar essa receita para o computador, que é através de uma língua que nós (humanos) podemos aprender que o computador também entende.

Escrevendo essa receita nessa língua, o computador entende o que precisa fazer e consegue executar os passos muito mais rápido que nós.

Fique Ligado!

Para seguir a Loiane Groner:

Autor(a) do artigo

Akira Hanashiro
Akira Hanashiro

Graduado em Análise e Desenvolvimento de Sistemas, Pós-graduado em Projetos e Desenvolvimento de Aplicações Web e MBA em Machine Learning. Especializado em Front End e curte desenvolvimento de jogos.

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